quinta-feira, agosto 05, 2010

A Análise: Obituary - "Darkest Day"

Nome maior do death metal nos anos 90, os Obituary regressam aos discos em 2009 com Darkest Day. Este é assim o terceiro álbum dos Obituary desde que se voltaram a juntar, depois de uma paragem que durou cerca de seis anos.
O death metal era visto, durante a década de 90, como a salvação das sonoridades mais pesadas de rock, pois (pondo de parte os Pantera) nenhuma das bandas históricas de heavy metal gozou nessa década da mesma popularidade que havia gozado nos anos 80. A verdade é que o mesmo viria a acontecer ao death metal nos anos 2000, altura em que perdeu força e notoriedade, enquanto outros géneros do metal como o thrash entravam numa onda revivalista que dura até aos dias de hoje. Os Obituary, como tantas outras bandas do género, separaram-se no final da década de 90 e voltaram a reunir-se já em pleno ano de 2003. A aceitação do público seria a mesma? Em termos práticos, e sem muitos rodeios, não. Mas este é um problema que deriva dos tempos e não acontece por culpa da banda.
Darkest Day não pode, de forma alguma, ser equiparado aos grandes clássicos da banda como Slowly We Rot e World Demise. No entanto este disco já pode ser considerado o melhor dos Obituary desde o seu regresso. A grande falha está apenas num ponto: Darkest Day não tem um grande hino. É certo que os tempos não o permitem, mas neste disco não há uma faixa com a grandeza de uma "Don't Care", "Slowly We Rot" ou mesmo "Evil Ways", esta última presente em Xecutioner's Return de 2007.
Pondo de parte essa mesma lacuna, este álbum nunca será um mau álbum. Tem agressividade, particularmente muita agressividade na faixa que abre o disco "List Of Dead" (provavelmente a melhor de todo o álbum), e até podemos encontrar alguma melodia (por vezes rara no death metal puro) em solos como o de "Blood To Give", naquilo que se pode considerar um bom trabalho por parte do elemento mais recente do grupo, Ralph Santolla. Nota ainda para o bom trabalho na bateria de Donald Tardy, uma vez que quase todos os temas começam a meio tempo e vão progressivamente acelerando, e, claro está, para o vocalista John Tardy que ao longo de tantos anos não perdeu nem um pouco do seu gutural agressivo.
Pode não ser um clássico intemporal, mas Darkst Day pode até ser visto como uma lição de como fazer bom death metal para bandas que estejam a dar os primeiros passos, bem como um exemplo para bandas consagradas do género que se têm deixado cair na banalidade. Keep on rocking Obituary!
André Beda

Sem comentários:

Enviar um comentário