quarta-feira, novembro 05, 2025

Obituário: DONNA JEAN GODCHAUX (1947-2025), vocalista dos Grateful Dead


Morreu Donna Jean Godchaux, cantora que pertenceu aos Grateful Dead. A norte-americana tinha 78 anos e faleceu no passado dia 2 de Novembro, num hospício onde se encontrava, depois uma "longa luta contra o cancro", notícia a Rolling Stone.

Donna Jean Thatcher entrou na indústria enquanto cantora de sessões de estúdio tendo feito coros para Duane Allman, Cher, Boz Scaggs, Neil Diamond, entre muitos outros. Destacam-se dois temas entre os demais onde colaborou: "When A Man Loves A Woman" de Percy Sledge e "Suspicious Mind" de Elvis Presley.

Em 1970, Donna casou-se com Keith Godchaux, que um ano mais tarde seria guitarrista dos Grateful Dead. Foi por esta via que Donna também entrou no grupo, onde militou até 1979. Nos Grateful Dead também foi voz principal, para lá dos coros, tendo gravado álbuns clássicos como Europe ’72 (1972), Wake Of The Flood (1973) e Terrapin Station (1977).

A cantora e o seu marido lançaram ainda um álbum colaborativo em 1975, Keith & Donna, que teve Jerry Garcia dos Grateful Dead como membro desta Keith And Donna Band. O casal acabou por "pagar o favor" juntando-se mais tarde à Jerry Garcia Band. Ambos saíram em 1979 dos Grateful Dead, por alegadas difereças artísticas, tendo iniciado uma nova banda, os Heart Of Golf Band. Porém, em 1980 Keith morreu inesperadamente após uma acidente de carro depois do primeiro concerto do grupo, o que acabaria por levar o fim da banda em pouco tempo.

Donna acabou por fundar vários grupos nos anos seguintes, tendo lançado a sua estreia em nome próprio em 1998. O seu último trabalho saiu em 2014 enquanto Donna Jean Godchaux Band And Jeff Mattson.

segunda-feira, novembro 03, 2025

Obituário: LÔ BORGES (1952-2025), cantor e compositor brasileiro


Morreu Lô Borges. O músico brasileiro tinha 73 anos e morreu este Domingo, 2 de Novembro, na sequência da falência múltipla de órgãos. O brasileiro estava internado num hospital desde 17 de Outubro, após uma intoxicação por medicamentos.

Lô Borges esteve na gravação de um dos álbuns mais aclamados da música brasileira, ao lado de Milton Nascimento, Clube Da Esquina de 1972. Este trabalho trouxe uma mistura única e inovadora da bossa nova com elementos jazz e rock. Este álbum foi ignorado pela crítica brasileira, mas que acabou por obter reconhecimento internacional, chegando até ao afamado livro "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer".

Clube Da Esquina acabou também por designar o conjunto que o gravou, que incluía ainda Toninho Horta, Wagner Tiso, Beto Guedes e Tavito; um grupo que marcou a música popular brasileira (MPB) nas décadas de 1970 e 1980. A banda lançou ainda um segundo disco, Clube Da Esquina 2, em 1978, já sintonizado com o rock progressivo.

Foi na juventude que Salomão Borges Filho (Lô Borges) definiu a sua restante carreira: ouvindo, cantando e falando de MPB e Beatles (mais tarde compôs "Para Lennon E McCartney", canção gravada por Milton, como crítica ao pouco reconhecimento da cultura brasileira).

A solo estreou-se em 1972, com um álbum homónimo que ficou conhecido pelo "Disco do Tênis", que foi gravado ao mesmo tempo que o primeiro Clube Da Esquina. No entanto, após o lançamento de ambos, acabou por se afastar por alguns anos da música até voltar, em 1978, aquando da gravação do trabalho Clube Da Esquina 2.

Ao longo da sua carreira, as canções de foram gravadas por Tom Jobim, Elis Regina, Skank, entre muitos outros. É considerado uma das pessoas mais importantes na vida e obra de Milton Nascimento e o seu último disco, Togobã, foi lançado no ano passado.

sábado, novembro 01, 2025

Podcast: Extra #19 - Jeff Buckley: Entre O Terreno E O Etéreo (01-11-2025)

Ao longo de Outubro, Lisboa e Porto tiveram a oportunidade de ver o primeiro documentário oficial sobre a vida e obra de Jeff Buckley. "It's Never Over, Jeff Buckley" é a película em causa, estreada no início do ano dos Estados Unidos da América e que vai ganhar lugar no serviço de streaming da HBO no final de 2025.

E a propósito deste mesmo documentário, temos a oportunidade ideial para mergulhar na vida e carreira de um músico que com apenas um álbum (Grace de 1994) criou um legado único para as gerações seguintes. Neste Extra trazemos um dos olhares possíveis sobre a vida de Buckley, que terminou com meros 30 anos, numa viagem pelo seu percurso e a teia de nomes que sobrevoaram a carreira deste músico norte-americano com uma voz única!



sábado, outubro 25, 2025

Obituário: MARCIE FREE (1954-2025), ex-vocalista dos King Kobra


Morreu Marcie Free, ex-vocalista dos King Kobra. A norte-americana faleceu ontem, 24 de Outubro, aos 71 anos, de causas ainda desconhecidas.

Nascido homem, enquanto Mark Free, contribuiu enquanto vocalista para os dois primeiros álbuns dos King Kobra, os que tiveram mais sucesso para os norte-americanos: Ready To Strike (1985) e Thrill Of A Lifetime (1986). Saiu da da banda em 1986, procurando um caminho diferente.

Free prosseguiu com uma carreira com menos impacto desde então, tendo lançado com uma nova banda, os Signal, o álbum Loud And Clear (1989). Acabou por abandoná-los, em 1990, depois da EMI os ter retirado do seu catálogo e sem intenções de continuar a promover a sua estreia.

Desde então, Free pertence aos Unruly Child, desde 1990. O álbum de estreia homónimo do grupo saiu em 1992 e, paralelamente, Free lançou a solo o álbum Long Way From Love (1993), enquanto Mark Free, ao qual se sucedeu Tormented (1995), já assinando como Marcie Free.

Em Novembro de 1993 Mark Free assumiu-se enquanto mulher trans. A artista sofria de disforia de género antes da transição e mudou o nome para Marcie Michelle Free. Marcie tinha lutado contra pensamentos recorrentes de suicídio (ideação) e a automutilação e foi a transição, nas palavras da mesma, a resposta "gratificante" para acabar com essa situação, numa altura em que estava colocada entre a vida e a morte.

Esta mudança levou a várias dificuldades na sua carreira, com a rejeição desta identidade por parte que muitas pessoas da indústria musical. E esta foi também uma das razões para os Unruly Child terem terminado temporariamente. No entanto, a banda acabou por reunir-se prosseguir carreira com edição de vários álbuns até 2020.