quinta-feira, agosto 18, 2016

A Análise: Refused - "Freedom"

Quando se separaram em 1998, os suecos Refused estavam no auge da sua experiência de levar o punk hardcore a mares nunca antes navegados. É claro que ficou a ideia que a banda deixou algo a meio. O regresso aconteceu em plena febre das reuniões e a vontade de fazer um novo disco levou as suas experimentações ainda mais longe em Freedom. Fica a dúvida se este seria o som da banda em 1999, se tivessem continuado, ou se é fruto de 15 anos de paragem. O facto é que é sempre bom ter de volta uma banda disposta a arriscar a cada disco, pois Freedom é um acto de bravura. AB

A Análise: Mutoid Man - "Bleeder"

Pondo as coisas de forma simples, os Mutoid Man são uma das bandas mais excitantes de 2015. Nascidos do caldeirão de bandas que gira à volta dos Converge e dos Cave In, o trio tem em Bleeder um forte LP de estreia. Nele esbatem de uma forma nova e brilhante a barreira que separa o metal do punk, ao longo de um registo cheio de ritmos alucinantes e riffs cuidadosamente esculpidos. E depois há "Bridgeburner" - um "temaço" que merecia perdurar na galeria dos grandes hinos do rock. Ficamos ansiosos pelo sucessor... AB

domingo, agosto 14, 2016

A Análise: Fear Factory - "Genexus"

Sim. Ainda se sente a falta de Raymon Herrera e Christian Wolbers e dos gloriosos anos 90 em que os Fear Factory eram mestres em colocar refrões orelhudos entre a "maquia" sonora industrial. Mas, à medida que Burton C Bell e Dino Cazares continuam a levar a máquina para a frente, começamos a pensar que a banda é incapaz de fazer um mau disco. Talvez falte alguma frescura a Genexus, como até é normal, mas nele sobram ritmos implacáveis e o característico groove. Enquanto assim for, vale a pena seguir em frente. AB

A Análise: Killing Joke - "Pylon"

Os Killing Joke já andam nisto há demasiados anos para se preocuparem em fazer novos discos. Ao longo das décadas deram cartas no post-punk, new wave e rock gótico até se tornarem numa das maiores referências da música industrial. Mas a verdade é que Jaz Coleman e companhia ainda têm muito para dar ao 15º LP da carreira. Pylon é um disco político, onde a mensagem se faz passar entre guitarras ríspidas e sintetizadores. Velhos são os trapos, não os Killing Joke... AB

A Análise: KEN Mode - "Success"

Em 2013 os KEN Mode saltavam, finalmente, para a ribalta das mais entusiasmantes saídas do heavy metal. A influência do noise rock sempre os acompanhou, mas é natural que com a chegada do mestre Steve Albini à cadeira de produtor este viesse a ganhar um protagonismo maior. Success é um disco que divide àguas: muitos dos fãs mais antigos não gostaram do novo som mas, por outro lado, chegaram muitos novos. Cabe agora à banda escolher o caminho a seguir. Por aqui, um grande álbum de rock merecerá sempre a nossa atenção, mudanças de estilo à parte. AB

A Análise: Windhand - "Grief's Infernal Flower"

Jack Endino, um dos produtores preferidos cá da casa pelas suas associações ao grunge e stoner rock, pega nos Windhand ao terceiro disco - Griefs Infernal Flower. A banda da Virginia deixou grandes indicações nos dois primeiros registos e, com o disco lançado em 2015, torna-se numa força dentro do doom mais underground. Basta dizer que este álbum ocupou a 16ª posição nos álbuns de hard rock mais vendidos nos E.U.A. e ainda o 7º lugar na tabela da Billboard reservada às edições independentes. É muita fruta para uma banda que nasceu em 2009! AB

A Análise: Goatsnake - "Black Age Blues"

Quinze anos depois do último LP (!!!), os Goatsnake voltaram aos discos em 2015. Sob a batuta de Nick RaskulineczPete Stahl e Greg Anderson atiraram-se a Black Age Blues - o primeiro disco em que a banda pode gozar do culto entretanto gerado à volta dos Scream (de Stahl) e dos Sunn O))) (de Anderson). Mas atenção: o espírito de Flower Of Disease mantem-se, embora com algumas nuances. Mais maduros, os Goatsnake estregam-nos um belo disco onde o doom aparece de mãos dadas com o blues mais sinistro . AB